sábado, 25 de agosto de 2012

"Welcome to my silly life"

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O mar



Grande infinito de tudo,
Deitou-se em minha cama.
Teceu-me de água e espuma
Lençóis de renda branca
Para o colchão de amar.


E tudo em volta fazia-se par,
Como uma breve ressaca de almas 
De um leve pulsar no silencio
Que buscavam seus timbres
E jeito preciso de se encontrar


Os sonhos,
Imenso vão de vida 
Nas teias do tempo,
Recostaram em meu leito
Desenharam em minha pele, 
Tatuagem de cor e luz
Que meus olhos ainda esperam ver

Autores: Marcela Almeida e Wendel Machado 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

"Era uma casa muito engraçada"...

(Clique para ampliar)

O twitter no telhado cantarola aquilo que não se ouve, 
Enquanto notas musicais mergulham no poço quadrado e sem fundo.
No poço, quadrado e sem fundo, se deixa cair todas as ilusões.


 Aquelas que se criaram ao passar pelas infinitas estantes 
 Que em perspectiva se contruiram perfeitos três ângulos e lados
 Mas para além de estantes, cores e formas.

 Há pessoas, pessoas que deitadas para não esquecer do sonho
 Abrem em livros portais de palavras
 Para a dimensão sem limite, onde ponto, reta, plano, espaço e tempo são apenas   formalidades de lógica humana.


 Mas aqui, nesse mundo que é real porque existe
 No mais secreto bailar de luz e sons
 Eu vejo tudo aquilo que não se vê
 E sinto tudo aquilo que não se sente.


Mas tudo se desfaz, no papel que agora amasso
Sei que não é matéria o que preciso
De tudo, quero e sou apenas sonho.

(Wendel M.)


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Poesia em toda parte!

" 難波津に咲くやこの花今冬ごもりは春べと咲くやこの花 "
(Nanywa Bay, possui uma flor que desabrocha até o inverno. Quando chega a primavera, a flor torna a desabrochar.)
 
Esse poema é usado para abertura de um jogo dos cem poemas "Komachi", conhecido como "Uta Karuta", embora não faça parte dos cem.
O Ogura Cem Poetas, resume poemas de cada cem melhores poetas em ordem cronológica do Imperador Tenji ao Imperador Juntoku, muitos dos poemas que foram selecionados foram inspirados pelas quatro estações e nas suas mudanças na natureza, porque eles foram usados apenas para decoração das portas na Montanha Ogura Villa. São setenta e nove poetas masculinos e apenas vinte e um do sexo feminino.

Hoje eu iniciei essa postagem com uma frase que aparentemente é sem graça, ou até mesmo sem lógica. Na maioria dos casos, quem não sabe o contexto histórico é capaz de ignorar toda a tinta e sentimento dos cem poetas. Mas é isso mesmo, entre muitos outros, tenho descoberto que eu busco nos poemas a complexidade. Vou mostrar e explicar alguns:


Repetindo:

" 難波津に咲くやこの花今冬ごもりは春べと咲くやこの花 "(Nanywa Bay, possui uma flor que desabrocha até o inverno. Quando chega a primavera, a flor torna a desabrochar.) 


    Esse poema foi escrito quando o Imperador Nintoku assumiu o trono imperial. Ele foi escrito para comemorar o reinado do imperador, mostrando que o seu reinado "floresceu". Como eu disse, ele não faz parte dos cem poemas, apenas é um "poema de abertura".
    A flor que o poema está se referindo é a flor de ameixa, que floresce no Japão antes de chegar a primavera. E " a próxima primavera" significa que está chegando uma nova vida e história, é como dizer que as coisas estão se renovando, as flores de ameixa estão florescendo, e que tudo está mudando pra melhor.

O que vejo nesse poema é isso: As mudanças trazem sempre com elas a sua beleza.


Teve também a que eu mais gostei:

"早ぶる神代もきかず龍田川からくれなゐに水くくるとは"(Chihayafuru, nunca tinha visto um outono tão rubro, que são às margens do Rio Tatsuta.)
  Esse é um dos poemas mais admirados no Japão,  e tudo isso por causa do seu romantismo. Ai a gente se pergunta: "Onde tem romantismo nisso?" Eis o motivo:
  A futura imperatriz de Nijo, que se chamava Kasaki, tinha o dever em se casar com o imperador do Japão, porém ela já estava apaixonada por um outro japones chamado Ariwara no Narihira, pelo qual, escondia a sua paixão de forma cênica, já que não podia esquecê-la. O poema foi o fruto desse amor impossível.


"
Chihayafuru, nunca tinha visto um outono tão rubro, que são às margens do Rio Tatsuta"

    O Rio vermelho esteticamente pode ser interpretado como uma cena de outono, porém, o verdadeiro motivo em falar que nunca havia visto o Rio Tatsuta tão vermelho o quanto antes era o mesmo que revelar a sua grande angustia e amor.
    Quando vem o outono o rio Tatsuta fica vermelho, o rio lembra a imensidão e o vermelho lembra amor e sangue(morte). É como se dissesse que o eterno amor entre os dois pode ser fisicamente "morto" mas continua vivo dentro deles, "o rio sempre fluirá como o vermelho do Rio Tatsuta" e a reminiscencia do amor nunca iria se apagar.


Digamos que é quase o "Romeu e Julieta" de Shakespeare, só que o casal não se mata no final da história! rs Eles tentam fugir!  Kasaki, já Imperatriz de Nijo, não se conforma com o casamento e tenta fugir com Ariwara, mas a sua tentativa falhou e ela voltou para o palácio de Nijo, não sei afirmar se eles foram punidos ou não... Só sei que esse conto se tornou o "Herói" dos romances no Japão. 

domingo, 22 de janeiro de 2012

Verão


Já disse que também amo o verão? E melhora ainda mais quando se está na Bahia! (Veja que não tem achismo nesse "negocio":)

 Normalmente quando vou para a minha aula costumo observar os detalhes das árvores, o jogo de iluminação nas folhas, a posição das sombras, a profundidade das formas, o ângulo do vento, a movimentação dos pombos (Muitos pombos, por sinal!)... Enfim, tento buscar a parte técnica e também os poemas que surgem admirando todas essas coisas,  que é uma verdadeira arte viva. E quando chega o verão eu percebo as mudanças, (Quem não percebe?)... As linhas que o mar cria através das oscilações das águas ficam mais definidas, mais firmes, o desenho delas ficam mais visíveis, porque o sol é mais intenso, as árvores ganham um verde claro e o céu se torna muito limpo. Ter a capacidade de desenhar os traços do verão e admirar o pôr do sol nessa estação é a melhor coisa que existe. "Na minha terra tem palmeiras onde canta o sabiáa!..."
"...Salvador, um lugar completamente tropical, capoeira e baiana nas esquinas, o calor "rodando" as ruas asfaltadas e nunca nos falta à água de coco geladinha. Os coqueiros faziam movimentos melódicos, dando compasso de dança, longos vestidos verdes que me trazia uma sensação de tango em pó solúvel..."

Um pouco da Bahia pra vocês... ^^


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Gosto do infinito ...(reticências)



É o Que Me Interessa - Lenine

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem.

Quem vai virar o jogo
E transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado
Só de quem me interessa.

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o seu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurra em meu ouvido
Só o que me interessa.

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa.